Como pequeno investidor, nos investimentos financeiros a única coisa de que dispomos controlo total são as nossas ações comportamentais e tomada de decisão. Tudo o resto depende de fatores externos, aos quais estamos sujeitos e sem poder de interferência na trajetória e comportamento dos mesmos.
Investir exige um plano delineado e objetivos de curto, médio e longo prazo. Uma vez que os tem é necessário atingi-los, ou perceber o porquê de não os alcançar.
Falhar faz parte do processo de aprendizagem, mas falhar e não aprender nada com o erro é o principal problema.
É frequente pessoas com muita experiência numa dada área ou tarefa, desempenharem-na fazendo sempre os mesmos erros.
Como é obvio ninguém consegue ser realmente bom em algo sem disciplina, método e capacidade de trabalho face aos objetivos a que se pressupõe a cumprir.
Regras concretas possíveis de aplicar num plano de investimento:
- Qual o período de tempo destinado ao investimento?
- Qual a periodicidade para efetuar o balanceamento da carteira de investimento?
- Qual o período destinado à avaliação da carteira?
- Qual a periodicidade para voltar a realizar a avaliação da correlação de ativos?
- Quanto aceita de perdas até resgatar?
- Quanto aceita de perdas num dia?
- Qual a sua estratégia para definir as percentagens na alocação de ativos?
- Não preciso mesmo deste dinheiro que estou a aplicar em produtos arriscados para necessidades essenciais?
- Espere pelo melhor e preparare-se para o pior cenário.
Regras generalizadas que deve procurar cumprir:
- Foque-se em objetivos realistas e alcançáveis.
- Foque-se na razão e descarte a emoção no processo de tomada de decisão.
- Numa primeira fase evite objetivos grandes e complexos. São propensos ao erro e à perda do foco.
- Assuma os erros e responsabilidades. Não é correto culpabilizar os outros pelas suas tomadas de decisão.
- O mercado é SOBERANO! Não adianta estar certo na sua análise, se o mercado permanecer no erro mais tempo do que aquele que você consegue aguentar.
- Se fez um erro procure perceber o que esteve na sua origem.
- Disciplina. Cumpra as regras e o plano que delineou. Não adianta de nada ter um plano se não o cumprir.
- Seja positivo, disciplinado e focado no que quer e não no que não quer.
- É mais fácil mudarmo-nos a nós do que mudar todos os outros.
É um erro frequente ter um stop mental definido e ao ser atingido pensar-se que vou só aguentar mais algum tempo. Rapidamente pode ver o seu limite de perda ser duplicado ou triplicado.
Pode então ver-se num cenário frequente de estar tão entalado que pode ser obrigado a resgatar com perdas elevadas ou a estar vários anos para tentar recuperar o investimento. Aliás é bom recordar que alguns fundos ainda não recuperaram de crise de 2007/2008.
Por tudo isto, tenha um plano e cumpra-o à risca. A disciplina é tudo.
10/29/2014