Blog sobre finanças pessoais, bancos e investimentos de baixo risco.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Agregador de notícias sobre mercados e investimentos

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Para quem procura estar informado sobre as mais recentes notícias de economia ou investimento, é regular a visita a órgãos informativos da especialidade. É exemplo disso o Diário Económico, o Jornal de Negócios ou o Investing. O canal r/bolsa/ do reddit (rede social) é um agregador de noticias com este fim.



O reddit é uma rede social de divulgação de ligações para conteúdo na Web, ou de simples troca de ideias relativamente a assuntos que são colocados em discussão. Numa das minhas visitas regulares à plataforma encontrei um canal que agrega notícias em Português sobre bolsa, economia, investimento e áreas relacionadas. 

O endereço para lhe aceder é: r/bolsa

É oferecido conteúdo de diversas fontes de informação da área económica, entre as quais:

  • Diário Económico - economico.sapo.pt 
  • Jornal de Negócios - jornaldenegocios.pt
  • Público - publico.pt 
  • Noticias ao Minuto - noticiasaominuto.com
  • Expresso - expresso.sapo.pt
  • Diário de Notícias - dn.pt
  • Investing - pt.investing.com
  • TSF - tsf.pt
  • Oje - oje.pt
  • Dinheiro Vivo - dinheirovivo.pt
  • TVI24/Agência Financeira - tvi24.iol.pt/economia

Esta é um forma simples e imediata de acompanhar as noticias da área económica sem ter de visitar multiplas fontes de informação. 

Adicionalmente, para quem tiver interesse em conteúdo em inglês, seguem mais alguns canais temáticos da área:



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A diferença entre perdas potenciais e reais e conceitos complementares

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Para se lidar com produtos financeiros é fundamental entender as diferenças entre o que são perdas potenciais e reais. Torna-se ainda necessário dominar conceitos como fechar e abrir posição, drawdown, stop loss, cut-off time, market timing ou buy&hold.

Por  Ken Teegardin
Quando procuramos investir em determinado ativo, como por exemplo um fundo, ações ou obrigações temos de começar por abrir uma posição. Para tal recorremos a um intermediário financeiro. Existem diferentes formas e estratégias para determinar em que momento entrar em determinado ativo. 


Seja por falta de controlo emocional, ou por desconhecimento, é frequente investidores inexperientes terem a sua tomada de decisão afetada pelas perdas momentâneas. Quer isto dizer que tornam perdas potenciais em reais. Para tal fecham a posição previamente aberta, mas com saldo negativo entre a cotação de abertura e de fecho. 

Não é fácil saber que se está a perder dinheiro em determinado momento, e muitas vezes na flor da emoção corre-se para o refúgio do fecho de posição à mínima perda, que poderá ser recuperável. 

São pessoas que não estão com disponibilidade emotiva para conviverem com perdas, ainda que potenciais. Assim sendo, se a pessoa tiver inicialmente definido uma estratégia objetiva, concreta e bem delineada, deve mante-la até ao fim e nesse momento fazer o balanço.

Em todo caso, uma estratégia deve estar preparada para ter em conta certas particularidades, relembrando que rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Deverá responder às seguintes questões. Qual o meu perfil de risco? Qual o nível de perdas que aceito até resgatar, mesmo num período de profunda crise? Quanto aceito de perda máxima diária? Qual o período de exposição? Qual o stop loss mental que defini?

Estas são algumas das perguntas que deve colocar a si mesmo num momento prévio ao investimento. Contudo, relembre-se que de nada serve estabelecer um plano se não tiver capacidade para o cumprir. Controlo emocional, disciplina e rigor é fundamental. 

Caso não tenha um plano, ou não o cumpra, facilmente pode cair no erro de não assumir as perdas em nenhum momento, perdendo totalmente o controlo da situação. Rapidamente vêm à ideia aqueles investidores que estão há vários anos, e vão ficar, ad eternum, literalmente entalados em ações da PT ou do BCP com prejuízos irrecuperáveis. 

Além disso, enquanto não assumirem a perda, estão também a ter o custo de oportunidade noutros investimentos. No extremo temos o exemplo dos acionistas do recente caso BES, que como é sabido, ficaram também eles com prejuízos irrecuperáveis.


Exemplo de um drawdown máximo
Ser disciplinado e rigoroso é então uma das regras para evitar drawdowns para os quais não está preparado, pois recuperar capital perdido é extremamente mais difícil do que preservá-lo. Entende-se por drawdown como uma medida de prejuízo percentual a partir de um valor máximo até ao valor mínimo durante um certo período de tempo. 

Quanto maior for a perda maior será o drawdown, e quanto mais recorrentes, menores o retornos compostos. Por sua vez o drawdown máximo representa em termos históricos a maior perda atingida em determina carteira ou ativo financeiro. 

Perdas e montantes percentuais para atingir o breakeven
Quanto maior o drawdown maior o esforço em recuperar para o breakeven. Ou seja, um ponto de equilíbrio em que não existe nem ganho, nem perda. 

Relembre-se que uma das principais regras de Warren Buffet é nunca perder dinheiro devido precisamente aos drawdowns e à dificuldade em recuperar das perdas. 

Imaginando que tem 100€, sofre uma perda de 50%, fica com 50€. Para voltar a ter os mesmos 100€ precisa agora de ter ganhos de 100%!

Outro conceito que é necessário entender denomina-se cut-off time. Este indica o fim do dia de negociação em curso e o início de um novo dia de negociação. Refira-se que em determinado tipo de produtos financeiros o cut-off time pode não coincidir com o próprio dia. Exemplificando. 

Um fundo de investimento que tenha o cut-off time de 11:00:00h e que esteja fortemente associado a um índice que nesse dia está a ter perdas de grande ordem. Neste caso tem até às 11h para fechar o fundo e ficar com a cotação do dia anterior e assim evitar as possíveis perdas desse dia. 

Por fim há ainda dois tipos fundamentais de estratégia, que podem funcionar complementarmente ou de modo independente. Uma opta pelo market timing (mais ou menos agressivo, consoante o tipo de gestão ativa) e outra pelo buy&hold

O primeiro refere-se a um tipo de estratégia que exige dedicação e acompanhamento permanente dos ativos. Há normalmente um maior stress associado devido à pressão de resultados. É ainda suscetível de ocorrer um maior número de erros, pois aquilo que se procura é bater os índices da categoria. Procura-se encontrar oportunidades pontuais, que só fazem sentido em determinada situação que carece de análise para avaliar a sua atratividade e potencial de retorno em dadas circunstâncias.

A estratégia de buy&hold será à partida a mais indicada para pessoas inexperientes. Neste caso escolhe-se uma carteira para determinado tipo de perfil, determina-se a alocação de ativos de acordo com esse mesmo perfil, cumpre-se o prazo recomendado e espera-se. É também conhecido como lazy portefólio. 

A manutenção deste tipo de portfólios refere-se apenas à realocação periódica das percentagens inicialmente definidas. É possível ter este tipo de estratégia através de fundos de investimento, ou então replicando mesmo os índices nomeadamente através de ETFs. Estes normalmente justificam-se quanto maior for o prazo, devido aos baixos custos associados.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Desperte a sua inteligência financeira

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Sabemos que Portugal, e a própria Europa, vivem um período complicado em termos de estabilidade financeira e de dificuldades em estimular o crescimento económico. No entanto, pode ser o período ideal para despertar a sua inteligência financeira. Para tal é necessário aperfeiçoar a capacidade crítica de observação e análise face às dificuldades com que nos deparamos no dia-a-dia.

Por SalFalko

A inteligência financeira não é mais do que a capacidade de observarmos oportunidades de cariz financeiro, onde comumente, os outros não as vêm. O objetivo principal é o de multiplicar os recursos existentes, como forma de colocar o dinheiro a trabalhar para nós e não o contrário. A ideia passa pela acumulação de activos que geram fontes de receita, e evitar passivos que são fontes de despesa. 

Pode parecer fácil, mas a maioria das pessoas não foi educada nem formada com este tipo de mentalidade racional e disciplinada. O resultado é que acabam na "corrida dos ratos", ou seja, caem com naturalidade na armadilha de trabalhar por dinheiro o resto a vida. Basicamente vão contrair um empréstimo para a casa, outro para o carro, e ter um, ou vários, cartões de crédito. 

Ainda caem frequentemente na ratoeira do cross-selling dos bancos como forma de obter taxas ligeiramente melhores (spread). Além disso é erro recorrente fazerem depósitos a taxas ridiculamente inferiores ao que pagam de juros em vez de reduzirem o endividamento, e só depois se preocuparem com a poupança. O melhor investimento, de risco zero, é o desendividamento.


O negócio da banca está assente nos “ratos”. Este tipo de pessoas vão passar toda a vida a pagar empréstimos e nunca vai conseguir sair da tal corrida em que se encontram. 


O ensino tradicional e a inteligência financeira


A tradicional formação escolar superior prepara profissionais aptos, alguns nem isso, para trabalharem por contra de outrem. Muitos cursos dispõem de uma cadeira de empreendorismo. No entanto, mais não é do que ensinar superficialmente a fazer um plano de negócios e discutir a análise de alguns case studies

Apesar de tudo falta aquilo que não se aprende num semestre. É preciso ter capacidade crítica e de análise para ver o que os outros não vêm. Para ter a ideia e capacidade para a materializar em algo sustentável e exequível de acordo com as nossas limitações. Isto é algo não se aprende de um dia para o outro, pois acaba por ser um estado de espírito e modo de vida permanente. 

É recorrente pessoas com elevada instrução superior não terem a mínima ideia nem conhecimento sobre como domíninar a inteligencia financeira. Apesar de ganharem muito, podem estar tão presos à "corrida de ratos" como alguém que ganha o salário mínimo.

Nesta prespectiva de independencia financeira, o que interessa não é quanto se ganha, mas sim quanto se poupa. Aliado à redução do endividamento, este é o primeiro passo para quem pretende sair da tal “corrida de ratos”.

Não é por acaso que são quase sempre as mesmas pessoas que abrem empresas, que multiplicam fortunas, que descobrem oportunidades e soluções onde os outros vêm apenas crise e problemas.

Este tipo de indivíduos adormece e acorda a fazer o seguinte exercício: onde posso ganhar mais dinheiro? Saem de casa e olham para as ruas, para os edifícios, para as pessoas, e aplicam a análise de: o que falta aqui, o que há aqui que me possa trazer ganhos e qual o custo de oportunidade? Vão a uma loja, pagam determinado preço, vêm determinada afluência, e depressa estão a fazer contas para perceber quanto fatura, o que está a ser mal feito e o que pode ser feito melhor.

Vêm uma casa à venda e rapidamente tentam perceber se está ali uma oportunidade. Negoceiam em multiplas frentes, calculam margens e rendibilidades, jogam com a necessidade dos que estão na "corrida de ratos" e têm um profundo conhecimento da área em que actuam. Especializam-se e procuram o contacto interpessoal com quem sabe mais que eles. Estão em permanente raciocínio financeiro. 


A inteligência financeira no dia-a-dia


Vamos imaginar o seguinte cenário de ficção, que talvez não o seja... O Daniel é um estudante deslocado que andou 5 anos a estudar em Lisboa. Optou por alugar um quarto perto da escola. Deste modo evitava pagar o passe de transportes, pudendo assim deslocar-se a pé para a escola. Todos os anos mudava de casa, pois era a única forma de não ter de pagar os meses do verão em que estava de férias e regressava a casa dos pais. 

Tinha especial cuidado em comprar livros usados e em acabar todas as cadeiras o mais cedo possível. Desta forma evitava pagar inscrições para segundas e terceiras fases ou novas matrículas. Como morava perto da escola podia fazer todas as refeições em casa, minimizar as perdas de tempo em transportes, greves, e evitar o stress associado. Podia ainda rentabilizar as horas de estudo. 

O Daniel via alguns colegas comprarem o traje mas como calculava que só o ia usar uma ou duas vezes, optou por não o adquirir. Explicações foi coisa que nunca teve. Não por ser um aluno excecional, mas porque ia às aulas e estudava. Mesmo assim foi o suficiente para acabar o curso com uma das melhores médias.

Começou a trabalhar mal acabou o curso. Viu que as oportunidades na área de formação de licenciatura eram poucas e precárias. Decidiu então tirar um mestrado em horário pós-laboral, noutra área. Procurava novos horizontes profissionais com maiores retornos financeiros e perspectivas futuras.

Desde sempre procurou partilhar casa, e mais uma vez, preocupou-se em que a habitação ficasse perto do local de trabalho. Fazia as refeições em casa, o passe de transportes continuava a ser dispensável e o carro também. O ginásio acabava por ser irrelevante para quem caminhava todos os dias 8KM. Decidiu acabar com a mensalidade.

Como não vê televisão, não dispõe de nenhum pacote de tv paga. A internet é dividida com o colega de casa. 

Ao fim de um ano decidiu mudar de emprego de forma a procurar subir o seu rendimento. Contudo manteve-se na mesma casa, pois deu preferência a uma procura activa junto de empresas perto da sua habitação. Subiu o ordenado em 30%, preferiu o subsídio de refeição em cartão devido aos menores descontos, e ainda negociou telemóvel da empresa em que o pudesse usar para fins pessoais. Ou seja, cortou com grande parte dos custos em telecomunicações.


Consegue ver neste exemplo alguma inteligência financeira? 




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Os riscos da dívida pública para o pequeno investidor

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Os produtos que derivam da dívida pública eram, até algum tempo, normalmente considerados de “sem risco”. Numa escala seriam o tipo de produtos que apresentavam maior segurança, pois estavam sobre aba do Estado. Oferecendo um baixo nível de risco são adequados a perfis conservadores, mas ainda assim é preciso ter cuidados. 


Por Wirawat Lian-udom
Face aos desenvolvimentos dos últimos anos este panorama de certezas deixou de ser dado como adquirido. Deste modo têm surgido algumas dúvidas sobre os riscos que os produtos de dívida pública apresentam para os pequenos credores do estado. 

A questão que se coloca é: o que acontece a este tipo de produtos no caso de haver incapacidade do Estado em honrar os seus compromissos? A resposta é simples. Passa por alterar as “regras do jogo” inicialmente estabelecidas por ambas as partes.

Assim sendo, num cenário de restruturação da dívida, é possível que haja penalizações para os seus detentores. Estamo-nos a referir nomeadamente a algumas situações, que poderão ser utilizadas individualmente ou conjugadas:

A)    Adiar maturidades. Imaginando uma obrigação de dívida pública que atinja a maturidade em determinado ano, esta medida implica o seu adiamento. A título de exemplo, algo que vencia em 2014 passa a vencer em 2018. Assim sendo só é devolvido o capital, ou seja, é feito o reembolso, nessa nova hipotética data. 

B)     Redução das taxas de juro. Nesta situação aconteceria aquilo que o próprio nome indica. A taxa prevista seria alterada para algo que fosse mais conveniente para os interesses dos Estado. Nas obrigações o cupão teria uma redução da taxa, no caso dos CA (Certificados de Aforro) ou CTPM (Certificados de Tesouro Poupança Mais) a lógica aplicável seria a mesma.

C)    Haircut. Diminuição do valor a reembolsar ao investidor. Implica perdas reais na devolução. Um exemplo é ter 1000€ em certificados de aforro, e ao sofrer um haircut de 20%, passar a ter unicamente 800€ na altura do reembolso/mobilização do capital.  

Este cenário pode parecer distante, mas na verdade ainda há pouco tempo aconteceu na Grécia. Citando o Jornal de Negócios (23 Fevereiro 2012):

"Pequenos investidores em dívida grega, que em Portugal corresponderiam aos detentores de certificados de aforro e do tesouro terão perdas com a reestruturação."
Mais recentemente um grupo de ilustres economistas, no qual se encontrava Francisco Louçã ou Pedro Nunes Santos, defendeu uma situação de restruturação. Esta proposta daria origem a perdas diretas aos detentores de dívida pública e até depósitos acima de 100.000€, mais concretamente com reduções de 34%, recebendo-se ações do banco como contrapartida. 

Face a este cenário, é recorrentemente indicado por especialistas que não se deve investir mais de 20% a 25% da carteira em produtos de dívida pública de um único país. Convém também referir que a própria DECO sugere idêntico conselho. 

Não obstante, é um tipo de produto que deve fazer parte de uma carteira diversificada, pois oferece um rendimento fixo e de baixo risco. Mas vale a pena relembrar, que “tudo” tem risco, e a taxa de juro que recebe é a recompensa por assumir esse mesmo risco. 

Logo, quanto maior a taxa, maior será, teoricamente, o nível de risco a que se sujeita, face à perceção que o mercado tem desse mesmo nível de risco. Basicamente funciona a lei da procura e oferta. 

É por isso que Portugal paga juros aos investidores que assumam o risco de ter dívida portuguesa, e que a Alemanha se pode dar ao luxo de cobrar juros aos investidores que optem pela dívida alemã. Nesta situação pode-se dizer que os investidores aceitam pagar para ter o capital seguro.

A título de nota informativa, mais recentemente Bélgica, Finlândia e Holanda, no prazo a dois anos, registavam também yields (taxas de juros) negativas.